Para quem não tem alternativa para se deslocar para o trabalho senão levar o seu meio de transporte próprio, não tendo a possibilidade de ir de transportes públicos, acaba por ter de levar o carro ou, nalguns casos, a mota. A mota acaba por ser mais rápida para evitar as filas e o caos do trânsito, mas quão mais económica poderá ser? Para dar resposta a esta questão, o ComparaJá.pt fez as contas ao combustível, ao estacionamento e aos métodos de financiamento.

Se há alguns anos atrás era mais difícil escolher entre o carro e a mota, porque eram necessárias cartas de condução diferentes para cada um destes meios de transporte, a lei que lançou a possibilidade de os condutores com carta B poderem conduzir motas até 125 cm3 facilitou a vida a muitas pessoas.

Menos deslocações ao posto de abastecimento

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A partir do final de agosto, os preços dos combustíveis voltaram a subir. E todos sabemos como estas oscilações afetam (e muito!) a carteira de todos os portugueses. Não é por acaso que cada vez mais pessoas têm como prioridade, quando vão comprar um carro, o consumo do mesmo. Reduzir o consumo é crucial porque vai fazer poupar muitos euros.

Para uma noção das poupanças de combustível entre uma mota e um carro, vejam-se as diferenças entre o carro mais vendido em Portugal no ano passado – Renault Clio 1.5 dCi Dynamique – e a mota mais comercializada – a Honda PCX125.

Um Renault Clio 1.5 dCi Dynamique, de junho de 2015, com 90 CV, caixa manual e a diesel, apresenta um consumo de 3,2l/100km. A considerar o preço médio do gasóleo à data de 7 de setembro (fixado em 1,216€/litro), estamos a falar de um gasto de aproximadamente 3,90€ ao fim de 100 quilómetros. Para uma pessoa que viva em Setúbal, por exemplo, e que faz precisamente esta distância todos os dias, de ida e volta, para o seu emprego em Lisboa, ao fim de um dia trata-se de um custo de 3,90€ em combustível (fora as portagens!). Após 22 dias úteis de trabalho, são praticamente 86€.

E se essa pessoa fosse de mota para Lisboa? Vejamos. Uma Honda PCX125 de 2015, com 125 cm3 de cilindrada, possui um consumo de 2,1l/100 km. Alimentada a gasolina 95 simples e considerando que o preço médio deste combustível à data de 7 de setembro se encontra fixado em 1,453€, o custo diário para uma distância de 100km é de 3,05€. No final do mês de trabalho, o total de custos com combustível é de 67€, uma diferença de quase 20€ que ao final de um ano vai fazer toda a diferença.
Contando que o ano de 2016 possui 251 dias úteis, optar por uma mota significa uma poupança de 213,35€ no final do ano. Neste caso, o meio de transporte com o consumo mais baixo é o que possui o combustível mais caro, mas, ainda assim, compensa.

Estacionamento e portagens também pesam na equação

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Mas nem todos os custos dos meios de transporte próprio têm que ver com o combustível. É possível falar ainda na questão das portagens, para quem usa a autoestrada. Quem tiver uma mota, e se a mesma tiver Via Verde, o desconto nas portagens é de 30% em relação à classe 1 em todas as concessões, à exceção da Ponte Vasco da Gama (Lisboa).

Quanto ao estacionamento, poupanças substanciais também estão à vista. Para além de uma mota ocupar muito menos espaço e, por isso, fazer com que se torne mais fácil de encontrar um daqueles cantinhos em que muitas vezes só cabe um Smart, existem diversos locais de estacionamento gratuitos para motas. Por exemplo, em Lisboa os motociclos não pagam estacionamento na maior parte dos centros comerciais.

E é possível poupar ainda na hora da compra…

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Desde logo, o valor de aquisição de um carro é bastante mais caro do que o de uma mota. Enquanto que a Honda PCX125 custa 2.799€, o Renault Clio 1.5 dCi Dynamique anda em torno dos 16.900€ – uma diferença de mais de 14.000€.

Supondo que não se dispõe de todo o montante disponível para adquirir um carro ou uma mota, o consumidor que precisar de financiamento terá de recorrer ao crédito automóvel, ao leasing ou ao crédito pessoal sem finalidade. Por norma, o leasing é o que possui taxas de juro mais atrativas, enquanto que o empréstimo com reserva de propriedade costuma ser o mais utilizado pelos stands de automóveis. Este último tem uma vertente hipotecária, pois o carro fica como garantia do empréstimo.

No caso das motas, muitas vezes as próprias marcas fazem promoções em que disponibilizam um financiamento com taxas de juro de 0%. Mas, não sendo isto sempre certo, poder-se-á, ao invés, solicitar um crédito especializado ou mesmo um crédito pessoal sem finalidade, que muitas vezes possuem taxas de juro semelhantes. A melhor maneira de comparar as opções e poupar é, para além da taxa de juro, ver em quanto fica o montante total imputado ao consumidor (ou seja, o valor que se vai pagar no final do empréstimo, com os juros e o capital incluídos).

Conclusão

Portanto, nem mesmo um dos carros mais económicos do mercado consegue competir com uma mota de 125 cm3 em termos de poupança. Tanto no que toca a financiamento, a estacionamento, a portagens e ao combustível, uma mota que não ultrapasse a cilindrada referida será, à partida, bem mais económica do que um carro. Este pode ser mais seguro e confortável, mas pesa muito mais nas contas.

Este artigo é da autoria da equipa do ComparaJá.pt, a plataforma gratuita de simulação e agregação de produtos financeiros de referência em Portugal.

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