Descubra como Benjamin Davis, o autor convidado deste artigo e autor do blog From Cents to Retirement começou a dedicar a sua vida às finanças pessoais, como angariou os seus primeiros clientes e como está a começar a pavimentar o caminho para uma reforma antecipada.

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O meu nome é Benjamin Davis e apesar do meu nome parecer estrangeiro, sou português (filho de mãe italiana e pai canadiano). Tenho 28 anos e quero reformar-me aos 33. Sim, leu bem. Aos 33 anos. O motivo é simples: há uns anos atrás desenvolvi uma doença que se chama Síndrome de Fadiga Crónica, que me impede de trabalhar tanto como uma pessoa saudável. Quando desenvolvi o síndrome não tinha literacia financeira alguma e com medo de não poder continuar a ter um emprego, decidi que tinha que começar a ter rendimento passivo, ou seja rendimentos que quer eu trabalhe quer não, estão garantidos. Eu reporto a minha jornada até à minha reforma aos 33 anos no blog www.fromcentstoretirement.com (que está totalmente escrito em inglês) e recentemente publiquei um livro sobre o tema, chamado “My strategy to retire early” ou em Português “A minha estratégia para me reformar cedo”, onde reporto o tipo de gestão financeira que faço na minha vida e os investimentos que faço para me conseguir reformar.

Os clientes

Não foi fácil passar do meu emprego – que nada tinha a ver com finanças – para uma jornada até uma reforma antecipada. Tive que aprender tudo sobre finanças e investimentos para poder tentar atingir o objectivo de ser financeiramente livre aos 33 anos. Para tal, li mais de 100 livros da área, e passei a dominar o campo do investimento. Hoje tenho vários investimentos em acções, obrigações e acima de tudo imobiliário, o meu ramo favorito.
Quando mostrei que estava a aprender sobre finanças, que era normal acontecer em conversas com amigos, rapidamente fui solicitado para dar dicas e ajudar. Nesta época (tal com hoje) vivia na Alemanha, onde os investimentos são olhados de forma diferente do que em Portugal. Alguns amigos propuseram pagar-me para os ajudar, primeiro a troco de um jantar ou algo simbólico, mas nalguns casos o trabalho passou a ser tanto e os resultados foram tão bons que acordámos um valor anual para tal. Rapidamente a mensagem se espalhou e quando dei conta tinha 10 clientes e não podia aceitar mais nenhum, apesar de continuar a receber solicitações.

A estratégia para ajudar os clientes

A primeira coisa que eu fazia quando um cliente novo chegava até mim era determinar com exaustão e rigor o “cash flow” mensal deles. Receitas e despesas, numa folha de excel. Tínhamos que ver tudo ao pormenor mas os clientes não sabiam. “Mais ou menos 100 euros em restaurantes por mês” e “praí alguns 50 euros em saídas e diversão”. Outros respondiam logo “olha, não tenho ideia nenhuma”.
Foi aí que tive que desenvolver um método que não só cobrisse tudo o que era necessário como também mostrasse os dados de uma forma útil. Folhas de Excel não chegavam – primeiro era preciso continuar a adivinhar os valores (porque ninguém chegava ao fim do dia a casa e os anotava no Excel – apenas tentavam adivinhar ao fim do mês quais tinham sido as despesas). Na mesma altura comecei a ajudar um amigo português que fez uma procura na internet de software que resolvesse este problema.
Não só que agregasse os dados todos, os mostrasse num formato verdadeiramente útil mas também que pudesse ser actualizado de forma fácil ao fim do dia ou mesmo durante o dia se houvesse disponibilidade.

Foi aí que conheci o Boonzi. O meu amigo começou a usá-lo e obtivémos resultados fantásticos. A certa altura lembro-me de lhe comentar que achava mais atractivo o “display” do Boonzi do que do meu gestor de acções (um software quase 10 vezes mais caro que o Boonzi). O melhor de tudo é o preço – que é extremamente apelativo para o valor obtido. Eu ensino às pessoas a serem controladas nos gastos (por exemplo, aconselho primeiro livros gratuitos antes de pagos) porque para viver bem não é preciso gastar muito (pelo menos em grande parte das coisas), e por isso evito recomendar software ou outras coisas caras. O Boonzi é perfeito também nesse sentido.

Porquê o controle das finanças pessoais?

Claro que a minha estratégia é muito radical para a maior parte das pessoas – mas também tenho uma razão radical para o fazer. No entanto, para a maioria das pessoas, eu penso que a gestão das finanças pessoais deveria ser uma prioridade, e por certo algo que maximizará a felicidade das pessoas. O dinheiro traz felicidade? Só por si talvez não, mas de certeza que fazer algo que gosta traz essa felicidade. E para fazer o que gosta, convém controlar as finanças.

O Hugo, um amigo a quem dou coach há quase 2 anos adora ir ao cinema. Quando tivemos a primeira reunião, eu perguntei-lhe qual era o objectivo dele. Ele disse-me que era apenas ter mais folga no orçamento, parecia tudo apertado. Eu perguntei-lhe o porquê de ele querer essa folga (faz parte da minha estratégia fazer a ligação entre a optimização das finanças e as vontades dos clientes). Ele disse-me que adorava ir ao cinema (na realidade o Hugo é apaixonado por filmes, e eu motivei-o a começar um blog sobre o tema) mas que era raro ir porque só tinha folgas na última semana do mês, altura onde a conta bancária já não estava famosa. Eu disse-lhe que íamos trabalhar para ele ir pelo menos 4 vezes ao cinema.

Hoje o Hugo vai ao cinema 4 por mês mas compra em média “4 ou 5” filmes em DVD além disso. O truque? O salário não aumentou nem um cêntimo, mas cortámos naquilo que o Hugo não precisava e não via como fonte de prazer, e tomámos decisões financeiramente inteligentes.

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